quinta-feira, 21 de abril de 2011

Amor e Religiosidade



Não poderia diante a essa imagem postada pela Cintia deixar de partilhar com vocês um pouco da minha estória, um tempo em que me dediquei as coisas do alto e queria como ela (Santa Teresa) apenas “amar a Deus”:

Na época em que me chamava Frei André de Santa Teresa me identificava com Sat. Teresa no que tange a doação por amor... Em meu noviciado líamos sua obra de forma bastante abrangente, uma mulher como ela merecia na minha visão de hoje um estudo mais aprofundado, lembro que seu livro “Caminho de Perfeição” era nosso livro de cabeceira, do modo de usar o habito(roupa religiosa) ao trato fraternal, sua visão de vida religiosa era ampla tão ampla que os frades e os formandos as vezes sentiam sua fraqueza diante as normas que ela mesma se impôs.
Quando me foi perguntado na sala do capitulo o porquê do meu nome religioso não titubeie: “Me chamo Fr. André de Santa Teresa por querer como ela amar sem limites...” Meu superior não gostou muito da frase, ele queria uma afirmação mais religiosa, “Meu caro irmão, esse amor sem limites deve ser apenas para Cristo”, acenei com a cabeça que sim, mas pensei no salmo que diz: “Deus perscruta os corações!” e em minha ingenuidade dos 22 anos acreditei que se me entregasse com todo o coração ao serviço da Ordem religiosa eu de fato experimentaria o mesmo sentimento de plenitude que Santa Madre narrava em sua obra quando lhe sobrava tempo.
Quando li sobre a transverberação de Santa Teresa que foi imortalizada na obra de Gian Lorenzo Bernini, imaginava que sua doação e suas ações em vida tinham sido agradáveis aos olhos de Deus a tal ponto que ela tinha tido a oportunidade de sentir o “gozo divino” algo tão profundo e místico que nenhuma palavra por mais inteligível que possa ser, prenda sua profundidade e força. De fato como toda explicação em Santa Teresa sempre parte de sua vivência religiosa, é difícil separar o humano do divino, e mesmo essa separação não é apoiada pela sua Ordem de Monjas e Frades ou pelo Catolicismo, como fui um noviço rebelde meu novo nome teve apenas 11 meses de vida, não professei os três votos religiosos, deixei o habito do Carmelo voltei a ser André Luis, mas meu pedido de “amar sem limites” nunca me abandonou, creio que é justamente ai que ela (Santa Teresa) entra, deve lá de cima me ajudar com sua insistência diante a Deus, “deixe que ele ame, afinal o amor ainda que demasiado HUMANO é DIVINO”

ANDRÉ ALBUQUERQUE

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