terça-feira, 8 de março de 2011

Complementando Cintia R - ócio/Tempo Livre

A questão do tempo livre: O que as pessoas fazem como ele, que chances eventualmente oferece o seu desenvolvimento, não pode ser formulada em generalidade abstrata. Antes se dizia ócio, e este era um privilégio de uma vida folgada. O ócio de acordo com Adorno aponta uma diferença que o distingue do tempo não livre. O tempo livre é acorrentado ao seu oposto, tornando-se paródia.
De acordo com o texto “Tempo Livre”, o tempo em que se está “livre” tem por função restaurar a força de trabalho, o tempo livre do trabalho – precisamente porque é um mero apêndice do trabalho – vem a ser separado deste com zelo puritano. Aqui nos deparamos, segundo o autor, com um esquema de conduta de caráter burguês. Por um lado, deve-se estar concentrado no trabalho, sem distração, por outro, deve o tempo livre, provavelmente para que depois se possa trabalhar melhor e não lembrar em nada de trabalho.
Adorno entende que o tempo livre deve privilegiar sempre a autonomia do indivíduo, determinadas pelas próprias pessoas enquanto seres livres, dificultando com isso que se instale o tédio.
Segundo o autor, devemos procurar saber o que fazer com o “nosso tempo livre” que, por si só torna, este tempo algo nulo, não livre, ou ainda, abstrato, como diria Hegel. Penso porem, que se vislumbra ai uma chance de emancipação que poderia, enfim, contribuir algum dia com a sua parte para que o tempo livre se transforme em liberdade. Liberdade organizada é coercitiva...
Não fazer nada é usufruir do tempo livre ou do ócio?


Adorno, Theodor W. Tempo Livre. Trad. Maria Helena Ruschel. Sup. Álvaro Valls. p. 70-82. Petrópolis-RJ: Vozes, 1995.

Edi

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